terça-feira, 30 de março de 2010

Nudez necessária


Vamos começar,sem pressa mas sem perder a ânsia, o afobamento causado por zíperes e botões inconvenientes, eles só aumentam a expectativa.Não a atração não ocorre apenas de ver outro corpo nú, e sim seu estado, sua condição, ambos igualmente vulneráveis em busca de algo que complete seus corpos ou suas almas.Há suor e um certo atordoamento após o ato, espero que ainda não se sintam vestidos, pelo preceito que o respeito é proporcional as suas vestes.Deixem o ar entrar em seus pulmões e os esvazie até doer as costas, olhem para o teto, mas não se envergonhem.Quando se sentir preparado, olhe no rosto da pessoa que realmente te viu nua e nem por isso temeu ou hesitou .Se o objetivo final era se render, faça-o da maneira correta.Se deixe levar, apenas se entregue, o quanto você achar que for o suficiente para o seu bem estar.Veja a poeira voar pela sala e se tornar dourada com a invasão do por do sol, que cruzará o comodo até o teto para entregar o palco para a noite.Provavelmente um vento frio invadirá o ambiente te fazendo despertar com a breve impressão de estar com o corpo febrio.

Feche a janela e deseje, qualquer coisa, apenas entenda que sempre haverá algo com o qual se teme perder, e no meio de todas as angústias do dia a dia , se permitir cruelmente ser feliz, apenas por existir ou estar, para ser a primeira pessoa do singular ou qualquer outra coisa que ainda lhe é necessário.

Um comentário:

Raphael Trew disse...

Nunca estaremos totalmente expostos
Não a meios para nos mostrar totalmente
Despimo o que ainda é bonito de se mostrar
Escondemos o que já não é agradavel a os nossos olhos
Escondemos cicatrize, marcar que o tempo deixou em nos, feridas ainda abertas e muitas vezes não somos completos, pois fomos mutilados que muitas vezes amamos.
Podemos nos entregar de corpo e alma, mais nunca nos mostrar de corpo inteiro.