sábado, 27 de março de 2010

Pressa


Quantas vezes o relógio para e eu continuo imóvel, imaginando quanta vida há longe daqui.Minha imaginação percorre todas as expectativas do ser,porém nem todas as lacunas do meu pensamento são facilmente esquecidas.Quero me livrar de algo sem ter a impressão de estar fugindo.

Mas essa expectativa ainda não é o suficiente para fazer o ponteiro do relógio se mover,talvez se um segundo ao menos passase, isso já seria o suficiente para reduzir a minha ansiedade.Expectativa de que algo aconteça é o único motivo que me mantém em pé.

Sei que chegará uma hora ou um dia e talvez quando isso acontecer as dúvidas não teram o mesmo valor e efeito sobre mim.O que me faz lembrar de rotina.Escola, casa, trabalho.Tudo tão confortavelmente instalado em minha memória que a simples troca de posições do sofá da sala serão o suficiente para me causarem uma crise de pânico.

E a tormenta irá retornar com a mesma intensidade e fúria que os sentimentos nos causam.Enquanto isso tudo que sou capaz de aparentar é como me permito dissolver na instabilidade das emoções e nem me dou ao trabalho de resistir.

2 comentários:

Raphael Trew disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Raphael Trew disse...

Relógio que anda na medida que não olhamos para ele, anda lentamente na tentativa de desistirmos dele.
Os intervalos de cada batida, esfria nosso coração que pode não resistir uma inesperada badalada.